|REUNIÃO COM LULA|: Mauro Mendes admite que filiados às facções criminosas superaram efetivo das forças de segurança de MT

DA REDAÇÃO:LEIAMT

O governador Mauro Mendes (União) em reunião com o presidente Lula (PT) e representantes dos Três Poderes, admitiu que a quantidade de pessoas filiadas às facções criminosas em Mato Grosso já ultrapassou o efetivo de todas as forças de segurança do estado.

“No meu estado me mostraram há poucos dias uma estatística onde todas as minhas forças de segurança tem em torno de 15 mil profissionais. Em uma única facção, em meu estado, tem quase 20 mil cadastrados”, revelou durante o encontro no Palácio do Planalto, na manhã desta terça-feira (18).

Convocado e liderado pelo presidente Lula, o encontro foi para debater medidas de como prevenir e combater ataques e ameaças nas escolas em todo o país. Mendes chegou a comentar o atentado em Santa Catarina e testemunhou que o ato gerou ‘medo’.

“O que aconteceu em Santa Catarina, de uma certa forma, causa uma sensação de repúdio, e indignação, mas no fundo, de medo. Porque todos nós que aqui estamos aqui, e milhões de brasileiros, em todo o país, têm filhos, têm netos, têm irmãos, têm sobrinhos nas escolas”, disse.

Para Mendes, a violência é uma consequência histórica, fomentada por ineficiência do judiciário e do sistema prisional.

“A violência no Brasil, ela tem origens muito profundas, mas ela nasce na desigualdade, ela se alimenta por um sistema judiciário que é lento, pelo grande número de processo que nós temos no judiciário brasileiro, pelas leis que hoje não refletem a realidade e com eficiência para combater, e ela se realimenta pelo sistema penitenciário, em todo Brasil, que é chamado de ressocialização, mas que na prática se transformou num sistema de requalificação para o crime. E quando eu digo isso, eu me baseio numa estatística amplamente divulgada que 85% dos egressos do sistema penitenciário brasileiro voltam a cometer crimes”, afirmou.

O governador ainda apontou que para entender os acontecimentos atuais é necessário fazer um resgate de pelo menos 30 anos da história do Brasil. “Nós precisamos compreender, e eu pelo menos vejo dessa forma, que se nós olharmos o Brasil nos últimos 30 anos, e eu falo aqui 30 anos por que eu não quero aqui criticar governo A, B, ou C, ou partido A, B, ou C, 30 anos de um país é um recorte histórico e quando olhamos para a violência, ela resceu na maioria de seus indicadores”, informou.

Mauro Mendes reforçou que é necessário fazer um trabalho que dê uma resposta efetiva para a comunidade escolar e também às famílias brasileiras. “Quase 250 mil escolas no país, neste momento, vivem momentos de angústia. Professores, alunos, mães, pais, e eles esperam, de nós, que aqui representamos uma parte desse país, que nós tenhamos uma resposta a altura a este momento, mas, muito mais do que isso, presidente”.

Por fim, o governador ressaltou a importância de um plano integrado de segurança, entre os diversos ministérios e os estados. No entanto, pediu cautela nas medidas emergenciais. “Então, presidente, eu acho que sim, que a gente precisa dar respostas e proteger essas 250 mil escolas em todo o país. […] Mas, não dá pra fazer uma corrida para comprar detector de metais e o transformar no novo respirador da pandemia. O preço já explodiu”, pontuou.

O governador também citou casos extremos de violência em Mato Grosso, como a chacina de Sinop (480 km de Cuiabá) e o ataque em Confresa (1060 km de Cuiabá).

hnt.

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