“Viadinhos”: MP investiga padre de MT por falas homofóbicas em missa
DA REDAÇÃO:LEIAMT
Em relação às declarações homofóbicas feitas durante uma missa pelo padre Paulo Antônio Müller, da Igreja Católica no município de Tapurah (451 Km de Cuiabá), o Ministério Público do Estado de Mato Grosso informou que instaurou procedimento investigatório para apurar os fatos e colher os subsídios necessários para adoção de medida judicial cabível.
O Ministério Público Estadual, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos e Diversidades, repudia qualquer tipo de discurso de ódio. Reitera que as declarações efetuadas pelo padre extrapolaram a liberdade religiosa e que podem até mesmo resultar na propositura de medidas extrajudiciais, de ação civil pública por dano moral coletivo causado à sociedade, bem como ação penal, por eventual crime cometido.
A fala supostamente homofóbida do padre ocorreu no último domingo. Ao celebrar a “missa de Santo Antônio”, conhecido na igreja por ser o santo casamenteiro, o pároco comentou sobre a união de pessoas do mesmo sexo e não poupou comentários e termos homofóbicos.
A fala acabou sendo direcionada aos repórteres da TV Globo do Rio de Janeiro, Erick Rianelli e Pedro Figueiredo, que são casados. No último sábado, Dia dos Namorados, Erick aproveitou a sua participação no jornal RJTV para se declarar para o marido. “Meu amor, meu marido, eu te amo! Feliz Dia dos Namorados pra gente, para todos os casais apaixonados que estão nos assistindo. Que todo mundo tenha um Dia dos Namorados maravilhoso”, disse Erick após a âncora do RJTV questionar se Pedro estava vendo o telejornal.
No dia seguinte, ao celebrar a missa que também era transmitida nas redes sociais, o padre Paulo Müller disparou comentários preconceituosos. “Namoro não é como a Globo apresenta, dois viados, me desculpa, mas dois viados, um repórter pra um viadinho chamado Pedrinho. Ridículo”, debochou.
Ele ainda disse, sem poupar expressões pejorativas, que a união de pessoas do mesmo sexo é contra os ensinamentos de Deus. “Que chamem a união de dois viados, de lésbicas do que quiserem como querem, mas não de casamento, por favor. Isso é uma falta de respeito para com Deus, isso é sacrilégio é blasfêmia”, disparou.
fonte:folhamax