|Sobe e Desce|: Combustível russo pode reduzir preços nas bombas, mas tem alto custo diplomático

DA REDAÇÃO:LEIAMT

Diante da crise dos combustíveis, que teve uma explosão de preços no mercado internacional nos últimos meses, o Brasil vem procurando achar soluções para reduzir os custos para a população. Dentre as medidas implementadas estão os cortes no Pis/Cofins e ICMS, que já provocaram efeitos positivos na gasolina e diesel. Mesmo assim, os preços ainda continuam altos nas bombas.

No decorrer da semana, uma nova possibilidade foi aventada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL): a compra de combustível diretamente da Rússia, que trava uma guerra contra a Ucrânia e, devido a isso, se tornou alvo de duras sanções econômicas dos países ocidentais. O economista Vitor Galesso avalia que a compra do combustível russo até poderia causar uma redução de preços, mas vem com um ‘custo diplomático embutido’, causando ruídos no comércio internacional.

Na avaliação de Vitor, se o Brasil dar preferência à Rússia na hora de comprar combustível, pode demonstrar que estaria escolhendo um lado na disputa entre Ocidente e Oriente. E quando se escolhe um lado em uma guerra, há possibilidade de se criar inimigos.

“Economicamente, pode até ganhar, no curto prazo, um ‘resultadinho’ de compra. Mas no médio e no longo prazo, o desgaste na hora de você vender os seus produtos e ter uma relação de bons negócios com todo o mundo? Será que vale a pena esse risco? É uma questão para analisar com carinho”, afirma Vitor, que tem cerca de 30 anos de atuação na área do comércio exterior.

Para Vitor Galesso, a compra de combustível russo é uma possibilidade difícil de ocorrer e mais parece com as bravatas do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ao longo de seu mandato incitou a população contra o Supremo Tribunal Federa (STF), atacou o sistema eleitoral e também culpou os governadores pela crise dos combustíveis.

Por outro lado, o governo Bolsonaro pouco fez para mudar a política de preços da Petrobras, que segue levando em consideração apenas a cotação do petróleo no mercado internacional e a variação do dólar.

Vitor acredita que a China deve apoiar a compra do petróleo russo, já que os dois partidos são aliados, mas essa ação deverá atrair críticas dos Estados Unidos da América (EUA) e da União Europeia, blocos que fazem oposição à Rússia no conflito no Leste Europeu.

“Em fim de governo, o Bolsonaro fazer uma proposta dessas… Eu não sei se ele consegue levar à frente essa ideia. De certa forma, o país tem que ser livre de amarras internacionais, eu concordo com isso. Entretanto, eu não sei se isso na prática é possível ou, ao que parece, isso é comum acontecer. Pode ser mais uma das bravatas do presidente”, pontua.

fonte:estadãomt

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