‘SANGUINÁRIO’|: Delegado diz que menor matava por vingança e suspeitos afirmaram que matariam um por dia

DA REDAÇÃO:LEIAMT

Em entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real FM (98.3), na manhã desta terça-feira (16), o delegado Nilson Faria, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que um dos adolescentes detidos pela morte dos motoristas de aplicativo em Cuiabá e Várzea Grande contou que matava para se vingar da morte de seu irmão que, no passado, morreu após uma vítima de assalto reagir ao crime. Faria também deu outros detalhes sobre o caso e revelou que os criminosos disseram que se não fossem presos, iriam matar um por dia, pois passaram a sentir prazer com os homicídios.

Os acusados, de 15, 17 e 20 anos, foram detidos e admitiram os crimes de forma fria e cruel. Eles indicaram onde estavam os corpos de duas das vítimas, Márcio Rogério Carneiro e Elizeu Rosa Coelho. A DHPP ainda procura o corpo do motorista Nilson Nogueira.

Ao Tribuna, o delegado Nilson Faria revelou que um dos adolescentes apreendidos disse em depoimento que decidia matar as vítimas para se vingar da morte do irmão. Um dos motoristas, Elizeu, chegou a implorar por sua vida, mas o adolescente o executou mesmo assim.

“A princípio, o objetivo era só o roubo, porém um desses indivíduos, um dos menores, ele no passado, em um assalto junto com um irmão, a vítima reagiu, o irmão dele morreu e ele levou um tiro na barriga. Ele informou que, de certa forma, queria se vingar. Queria que os bandidos também ganhassem, aí ele resolveu se vingar matando as pessoas que ele assaltasse. […] Ele chega a citar que uma das vítimas ajoelhou e implorou para não ser morta, mas ele matou mesmo assim porque era uma forma de se vingar”.

O delegado da DHPP também revelou que ficou chocado com a frieza dos criminosos, que confessaram sentir prazer nos homicídios e continuariam matando.

“Como delegado de polícia, eu já vi muitas coisas. Mas, realmente, essa foi uma que me consternou e toda a delegacia, toda a delegacia ficou muito apavorada com a frieza, porque esses indivíduos, no momento das oitivas, o maior e um menor chegam a citar que passaram a ter prazer com essas mortes e que se nós não tivéssemos conseguido prender, eles iam continuar matando e numa média de um por dia. […] Eles falaram que era tipo uma compulsão, como se fosse um serial killer”, disse Faria.

Desaparecimentos 

Entre a noite de sábado e a manhã desta segunda (15), a equipe do Núcleo de Desaparecidos recebeu a comunicação do desaparecimento de outros dois motoristas de aplicativos, Nilson Nogueira e Márcio Rogério Carneiro.

Elizeu Coelho estava dirigindo um veículo Fiat Uno, por aplicativo de corrida, quando saiu para trabalhar no período da noite da quinta-feira (11) e não fez mais contato, comportamento que não era habitual da vítima em deixar de atender ligações ou enviar mensagens. Familiares começaram a buscar pela vítima e um genro de Elizeu encontrou o Fiat Uno perto de uma praça no bairro Cristo Rei.

A segunda vítima, Nilson Nogueira, morador do CPA 3, saiu de casa no início da noite de sábado para trabalhar como motorista de corridas por aplicativo, com seu veículo GM Ônix prata. O pai da vítima procurou a Polícia Civil no domingo relatando que não conseguia falar com Nilson, que ele não tinha o hábito de dormir fora de casa e o celular estava fora de área. As investigações apuraram que o veículo de Nilson foi visto já na madrugada de domingo, por volta das 04h35 próximo à Ponte Nova, sentido Cuiabá – Várzea Grande.

Na manhã desta segunda-feira, o NPD recebeu o registro de desaparecimento da terceira vítima, Márcio Carneiro, que morava em um condomínio na Alameda Júlio Muller, em Várzea Grande. A esposa da vítima relatou que ele saiu de casa por volta das 21h de domingo dirigindo um Fiat Palio branco, locado, e desde então não fez mais contato. Na mesma manhã, o veículo foi localizado pelo proprietário, sem as placas, no bairro Cristo Rei.

gazetadigital.

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