|Queda miníma|: Preço da cesta básica começa cair, mas cenário internacional preocupa
DA REDAÇÃO:LEIAMT
O preço da cesta básica tem apresentado leves quedas nas últimas semanas, porém o preço médio para o mês de abril ainda fechou acima do registrado em março. Dados divulgados nesta segunda-feira, 2 de maio, pelo Instituto de Pesquisa da Fecomércio/MT (IPF-MT), mostram que o valor médio da cesta básica em Cuiabá foi estimado em R$ 732,24 em abril, contra R$ 710,65 em março.
Já no comparativo semanal, o índice está em queda há duas semanas, após 5 semanas consecutivas de alta. A curva de preços começou a se inverter apenas na terceira semana de abril, quando o valor médio caiu de R$ 744,34 para R$ 731,53. Na última semana de abril, esse valor já havia caído para R$ 712,80, o que representa quase 60% do salário mínimo do brasileiro.
Kassio Catena, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Cuiabá (Sincovaga), destaca que o setor está em um momento de mais estabilidade, mas as recentes quedas foram muito pequenas. O recuo da cesta básica foi puxado pelos preços dos hortifrútis, como batata, tomate e banana. Apesar das quedas, Kassio não acredita que os movimentos de altas devam parar.
“Esse cenário deve continuar pelas próximas semanas, muito influenciado pelos combustíveis. Os nossos produtos, principalmente de hortifrúti, vêm de fora, dependem do frete, o que impacta diretamente no valor que vai para a gôndola”, explica Catena, sócio do Supermercado Paulista.
Os preços de derivados de commodities, como o óleo de soja e milho, devem ser os “vilões” da cesta básica. Além disso, o leite pode apresentar uma variação para cima em razão do fim do período de chuvas, o que historicamente reduz a oferta de laticínios.
Kassio ressalta que vários supermercados estão reduzindo a margem de lucro para evitar o repasse de 100% dos aumentos para os consumidores, que já reclamam dos preços altos.
“O que a gente vem sentindo é que os preços, de uma forma em geral, vêm se mantendo e subindo. A gente não consegue absorver tudo, então alguma coisa tem que repassar. Mas, conforme esses preços vão caindo, a gente também vai repassando isso para o consumidor final”, conclui o empresário.
CENÁRIO MUNDIAL
A próxima pesquisa pode apontar mais um decréscimo na cesta básica, influenciado pela redução de preços do arroz e feijão, afirma Alessandro Morbeck, presidente da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat).
Porém, o cenário macroeconômico inspira cautela, pois os preços que estão pressionando a cesta básica são derivados das commodities, impactados pela Guerra na Ucrânia, já que ambos os países envolvidos no conflito possuem grande expressividade na exportação de grãos.
“Esses são os principais fatores que podem afetar e fazer com que não ocorra esse decréscimo”, afirma Morbeck, dono do Supermercado São Jorge.
Além disso, os recentes lockdowns na China, em razão do suposto alto índice de infecção por covid-19, preocupam diversos setores que dependem da importação de produtos chineses. Há um risco de demora para receber produtos.
De acordo com dados da empresa Freightos, especializada em informações sobre fretes, o tempo de espera nos portos de Xangai passou de 12 horas para dois dias. Outros portos chineses também estão congestionados por navios. A informação foi confirmada pelos jornais Financial Times e Valor Econômico nesta segunda-feira.
“Isso também pode ser um fator que pode vir afetar, caso alguns itens que são de grande consumo na nossa região, que são exportados de lá, não cheguem aqui”, afirma Morbeck.
fonte;estadãomt