|Prepare o Bolso|: Defasagem do diesel passa de 20% e cria pressão por novo aumento

DA REDAÇÃO:LEIAMT

A retomada dos preços do petróleo no mercado internacional e a alta do dólar levaram o preço dos combustíveis no Brasil a um patamar de defasagem similar ao registrado antes do mega-aumento realizado pela Petrobras em março. É o que apontam dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que vê uma defasagem de 23% no preço do diesel e 10% no preço da gasolina brasileira em relação ao mercado internacional nesta quinta-feira, 28 de abril.

Em cifras, os dados da Abicom apontam que o preço do diesel nas refinarias brasileiras está R$ 1,37 abaixo do mercado internacional, enquanto a gasolina tem defasagem de R$ 0,41. Esse cenário é o prenúncio de novos aumentos, já que a defasagem atingiu patamares semelhantes o que era visto em 9 de março, dois dias antes do mega-aumento da Petrobras. Na época, o diesel apresentava defasagem de R$ 2,54 e a gasolina operava R$ 1,41 abaixo do preço internacional.

Após o mega-aumento, que elevou em 24,9% o preço do diesel e em 18,8% a gasolina, os preços brasileiros se estabilizaram e até chegaram a ficar mais caros que o mercado internacional por alguns dias. Porém, o agravamento da guerra na Ucrânia e a valorização do dólar voltaram a pressionar os preços dos combustíveis.

“Enquanto não tiver uma negociação de paz e voltar à estabilidade, eles [preços] vão continuar sendo pressionados. A China pode contribuir com isso, infelizmente, por causa do lockdown. Porque se aumentar o lockdown em função da pandemia, vai ter uma diminuição no consumo e isso vai forçar o preço para baixo, mas o mais influente nessa precificação é a questão da Rússia com a Ucrânia, que tá se agravando em vez de se resolver”, avalia o diretor-executivo do Sindipetroleo-MT, Nelson Soares.

A grande instabilidade do mercado internacional deixa difícil prever quando haverá um novo reajuste nos preços dos combustíveis por parte da Petrobras. O preço do barril de petróleo tem apresentado forte variação nas cotações, com valorização de mais de 5% nesta semana, sendo negociado acima de 107 dólares na tarde desta quinta (28). Porém, na semana anterior, o preço do barril recuou cerca de 10%, saindo de 112 dólares em 18 de abril para 102 dólares no dia 25.

“É uma situação que não dá para ficar fazendo previsão. Baseado no quê? Você faz uma previsão hoje, amanhã tem um dado novo e acabou, volta tudo para trás”, pontuou Nelson. “Eu não vejo um panorama muito favorável para o mercado de combustíveis nos próximos dias”, resumiu.

Em entrevistas recentes, o presidente da Abicom, Sérgio Araújo, tem defendido que a Petrobras promova um reajuste no preço do diesel, para evitar o risco de desabastecimento do mercado nacional. Araújo afirma que a importação de diesel está inviável para as empresas privadas. Hoje, a importação é necessária para manter os estoques, pois a Petrobras supre apenas três quartos da necessidade nacional.

O risco de desabastecimento foi o principal argumento usado pelo ex-presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, para praticar o mega-aumento de março, que lhe custou o cargo. O novo presidente da estatal, José Mauro Coelho, assumiu o cargo na semana passada defendendo a política de preços de paridade internacional (PPI), o que reforça a possibilidade de novos aumentos.

fonte;estadãomt

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