MT: PF pede 3ª prorrogação em inquérito que investiga senador Wellington Fagundes por caixa 2

A juíza Gabriela Carina Knaul de Albuquerque e Silva, da 51ª Zonal Eleitoral de Cuiabá, pediu um parecer do Ministério Público Federal (MPF) sobre um novo pedido da Polícia Federal solicitando mais prazo para avançar com uma investigação contra o senador Wellington Fagundes (PL) por suposto crime de caixa 2 nas eleições de 2014. Ele é acusado de receber dinheiro da empresa JBS/Friboi na disputa eleitoral que foi eleito senador. Seu mandato eletivo de 8 anos se estende até o final de 2022.

Já são 3 pedidos para dilação do prazo feitos pela Polícia Federal. O inquérito passou a tramitar na 51ª Zona Eleitoral no final de novembro de 2019. A 1ª solicitação por mais 30 dias de prazo foi feita em maio do ano passado. Depois, conforme despacho assinado pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, em 1º de outubro de 2020, os autos foram enviados ao Ministério Público Federal (MPF) para apreciação do 2º pedido de prorrogação por mais 90 dias. 

Agora, a juíza Gabriela de Albuquerque, na condição de magistrada substituta na 51ª Zona Eleitoral proferiu novo despacho com o mesmo teor. “Autos ao Ministério Público Eleitoral para apreciação do pedido de dilação de prazo. Retornando os autos e havendo concessão, remessa direta à Polícia Federal para prosseguimento da investigação, sem colheita de novo despacho. Havendo postulação que demande apreciação deste juízo, promova-se a conclusão”, despachou a magistrada na última terça-feira (26). 

A investigação se encontra na Justiça Eleitoral de Mato Grosso após desmembramento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As investigações iniciadas com base na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batistas e outros ex-executivos do grupo J&F, apontam que Wellington Fagundes teria recebido R$ 300 mil em razão da função pública que exercia como deputado federal. O dinheiro foi recebido durante as eleições de 2014 quando ele disputava uma vaga no Senado. Esse repasse teria sido efetuado a fim de “evitar retaliações ou dificuldades para as empresas e ou garantir a boa vontade e facilidade de  contratos para futuros pleitos empresariais”, o que pode configurar o crime de corrupção passiva. 

O nome de Fagundes surgiu depois que  a Polícia Federal apreendeu uma planilha na sede da empresa em outubro de 2017. O documento mostrava uma conta bancária aberta pela JBS exclusivamente para abastecer políticos e partidos de forma irregular, com recursos para caixa 2, a fim de custear campanhas políticas de aliados que depois favoreceriam a organização. Dentre um total de 64 nomes, estava o de Wellington Fagundes. 

Conforme a planilha, o repasse a Fagundes, por meio do deputado federal Neri Geller (PP) se deu em setembro de 2014. Também foram apontados como beneficiários de propina da JBS o deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e o ex-governador Silval Barbosa. 

PEDIDO DE SIGILO NEGADO 

Em decisão assinada no dia 15 de outubro de 2020 o juiz Jorge Alexandre Ferreira negou um pedido feito pela defesa de Fagundes para que fosse atribuído segredo de justiça ao inquérito policial. No pedido à Justiça Eleitoral, o senador mato-grossense alegou, através de seu advogado, que a divulgação de detalhes do inquérito policial o submete a “riscos de constrangimentos desnecessários, quem em nada contribuiriam para o deslinde do feito”. 

Por sua vez, o magistrado eleitoral contrapôs a defesa explicando que Wellington Fagundes é uma pessoa pública com forte exposição na mídia. “Não há nos autos elementos informativos que possam, de alguma forma, atingir a esfera de privacidade e intimidade do peticionante de modo a recomendar a imposição de sigilo à tramitação das investigações. Não se postulou nem houve deferimento de medidas probatórias cautelares que pudessem expor dados fiscais, bancários ou telefônicos”, afirmou juiz Jorge Alexandre à época.

fonte;folhamax

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