LOCAL DE TORTURA E EXECUÇÃO|: Famílias são acionadas para auxiliar a identificar 8 corpos achados em cemitério clandestino de MT
DA REDAÇÃO:LEIAMT
8 das 12 ossadas encontradas em cemitério clandestino de Lucas do Rio Verde ainda esperam por identificação. Para dar andamento à apuração, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) convoca famílias de pessoas desaparecidas na região a coleta de amostras comparativas.
Na semana passada, 11 corpos foram achados enterrados em área de mata usada por facção criminosa. Depois, mais uma ossada foi encontrada no mesmo local. Contudo, até o momento apenas 4 vítimas foram identificadas. São elas Rafael Pereira de Souza, 35, natural de Rondonópolis (MT), Andris Nadales, 19, natural da Venezuela, Wilner Alex de Oliveira Silva, natural de Poxoréu (MT) e Matheus Bonfim de Souza,18.
O processamento das amostras biológicas dos restos mortais de quatro das oito vítimas resultaram na identificação de quatro perfis, sendo 3 do sexo masculino e um do sexo feminino. Contudo, não foi possível a identificação dos mesmos, já que nenhum deles foi compatível com amostras biológicas de 22 familiares de pessoas desaparecidas que doaram material genético para confronto de DNA.
Por isso, a Politec pede que mais familiares (pai, mãe, filho, ou mais de um irmão) de pessoas desaparecidas, que ainda não forneceram material genética, procurem a delegacia local para que seja encaminhada até umas das unidades do Instituto de Medicina Legal (IML) para a coleta do material genético.
“Fica aqui o apelo aos familiares de desaparecidos que procurem a delegacia para que seja feita a coleta de seu material genético. Não se esqueça de levar os seus documentos pessoais e, se possível, leve um boletim de ocorrência. A Politec trabalha com múltiplas equipes para a identificação das outras oito vítimas encontradas no local”, disse o perito criminal de Lucas do Rio Verde, Eduardo Basso Carlin.
A Politec também informa que inseriu os perfis genéticos das quatro vítimas no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Caso um perfil correspondente seja inserido no sistema, a ferramenta orientará a correspondência, independentemente do Estado onde o perfil tenha sido registrado.
Já a coleta do material genético é simples e indolor. Uma espécie de cotonete é passado na parte interna das bochechas da pessoa para captura da amostra biológica. Os materiais coletados serão processados e inseridos no banco nacional. Caso seja identificado um possível parentesco com os dados de alguma pessoa falecida, a unidade de Medicina Legal entrará em contato com os familiares para que sejam realizados os procedimentos legais de liberação.
Se a pessoa desaparecida também realizou algum tratamento dentário, é aconselhável que a família obtenha com os dentistas o prontuário odontológico da vítima, especialmente exames de imagem (radiografias e tomografias, por exemplo) e os forneçam ao IML. Estes documentos poderão auxiliar na identificação por meio da arcada dentária.
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