|Gestão Mauro Mendes|: Deputados ‘detonam’ a Saúde em Mato Grosso e colocam Gilberto na berlinda

DA REDAÇÃO:LEIAMT

A saúde do estado de Mato Grosso foi alvo de duras críticas dos deputados estaduais durante a sessão dessa quarta-feira (15). Até mesmo parlamentares da base reclamaram da gestão na área, da demora no cumprimento de decisão judicial e ainda sobre o programa de cirurgias eletivas que não foi colocado em prática. 

O debate iniciou quando Lúdio Cabral (PT) levou para a tribuna o problema de uma criança, recém-nascida, com problema cardíaco e que precisa de uma cirurgia com urgência e mesmo tendo duas decisões favoráveis, está há cinco dias sem conseguir realizar o procedimento que pode salvar sua vida. O caso ocorre em Cáceres e o bebê está internado no Hospital São Luiz.

“Eu gostaria de fazer uma denúncia grave: um recém-nascido com cardiopatia grave internado no Hospital São Luiz, em Cáceres, nascido no dia 10 de setembro, com duas decisões liminares obrigando o estado atendê-lo e até agora o estado não se manifestou para realização de uma cirurgia cardíaca. O estado precisa tomar uma providência. Existe uma segunda decisão contra o descumprimento da primeira e ainda assim o estado está inerte em cumprir a decisão. O rico estado de Mato Grosso não pode deixar um recém-nascido sofrendo com risco de morrer”, declarou Lúdio na tribuna, no momento, inclusive que a sessão era acompanhada pela prefeita Eliene Liberato (PSB), que confirmou a situação. 

A situação comoveu até mesmo um dos adversários políticos do petista. Gilberto Cattani (PSL), que costuma divergir de Lúdio na tribuna, pediu “encarecidamente” que o estado cumpra as ordens. Além disso, fez uma apelo para o presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), analisar como a Casa pode atuar nesta situação. “Eu e deputado Lúdio não defendemos as mesmas ideologias, mas queria pedir encarecidamente, se existem as ordens, têm que ser cumpridas. Eu não entendo ainda as regras da Casa, mas gostaria que o senhor se posicionasse”, pediu Cattani. 

Max disse que vai acionar a Procuradoria do Legislativo para entrar em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) para saber o porquê a decisão não ter sido cumprida, e tentar auxiliar na situação. Ele, inclusive, disse já ter conversado com o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, e com o governador Mauro Mendes (DEM), sobre a reclamação que existe na área. “O governo vem fazendo investimentos em obras de hospitais, mas é preciso sair da fala e fazer acontecer. Lançou um programa (de cirurgias eletivas), mas não acontece”, declarou.  

Outro parlamentar que fez coro às críticas à área de saúde foi Dr. João (MDB). “É uma absurdo o que está acontecendo no nosso estado, um caos na saúde”, enfatizou. Ele disse já ter conversado também com Mauro Carvalho e destacou a Comissão de Saúde da ALMT é composta por quatro médicos que dedicaram a vida inteira trabalhando pela Sistema Único de Saúde (SUS), além de Paulo Araújo (PP) que é um gestor da saúde que também sempre se dedicou à saúde pública, e mesmo assim, nunca são convidados a discutir a saúde do estado. 

“Tudo é decidido numa sala por pessoas que nunca estiveram na linha de frente de um hospital, seja no público ou privado, e nunca viram um paciente, e ficam delegando. O que acontece com essa criança em Cáceres é comum todos os dias no estado todo”, declarou. 

Já Thiago Silva (MBD) trouxe à tona a problemática do hospital regional de Rondonópolis, que não tem mais condições de realizar as cirurgias. Ele, inclusive, aproveitou para apresentar uma indicação ao governo para que encontre um local para atender as cirurgias eletivas, principalmente as demandas ortopédicas. “Sabemos que foram abertos vários leitos para covid e precisa de uma nova alternativa. Quando não é falta de material, é de leito. A SES precisa acordar e dar uma solução definitiva para Rondonópolis”, declarou o parlamentar. 

Faissal Calil (PV), por sua vez, trouxe à tona uma situação de uma família, em que um tio chegou a conseguir uma decisão para realização de uma cirurgia, mas enquanto o Estado decidia orçamento, o paciente acabou morrendo na noite anterior ao procedimento. “Investir em cirurgias é mais barato do que cumprir a liminar”, finalizou.

Por fim, o presidente da Assembleia disse também que deve encaminhar um ofício à presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargadora Maria Helena Póvoas, para saber o motivo de o Judiciário não ter tomado providências mais enérgicas para o cumprimento da decisão.

As críticas afetam diretamente o secretário Gilberto Figueiredo (DEM), que vem se colocando como candidato a deputado estadual, e até então era um dos queridinhos da gestão Mauro Mendes pela atuação na pandemia. O governador vem sinalizando que os gestores que forem disputar a eleição devem deixar o cargo, justamente para evitar essa politização. 

As reclamações, principalmente, sobre a falta de atenção do gestor aos deputados não são de hoje. Há alguns meses que os parlamentares reclamam e têm sido deixados de lado em eventos, e até mesmo em ações que muitas vezes são resultados de indicações ou atuação parlamentar.

A reportagem solicitou um retorno à SES sobre o não cumprimento da decisão em Cáceres, mas ainda não obteve retorno. 

fonte;leiagora

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