|FREIO NO MERCADO|: Bolha dos carros seminovos começa a estourar

DA REDAÇÃO:LEIAMT

O mercado de veículos começa a apresentar mudanças após uma supervalorização dos seminovos, cujos preços dispararam até 30% nos últimos meses, e também dos novos, estes influenciados pelo encarecimento dos insumos e de uma demanda maior que a oferta. Ao que se apresenta, o setor deve voltar, nos próximos meses, a patamares de preços mais baixos.

Para se ter ideia, um Fiat Mobi zero que era vendido no primeiro semestre de 2021 por R$ 41 mil chegou a custar R$ 52 mil no mercado de seminovos no primeiro semestre deste ano, de acordo com levantamento da Mobiauto, empresa de tecnologia voltada para compra e venda de veículos. Esse foi um dos motivos que levou alguns consumidores a deixarem de comprar.

Paulo Boscolo, diretor-presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores em Mato Grosso (Fenabrave/MT), explica que houve uma mudança no comportamento do consumidor na comparação de junho com julho. As concessionárias esperavam que isso ocorresse ao longo do segundo semestre, mas a mudança no comportamento foi antecipada pela população, o que causou surpresa ao setor.

Boscolo explica três fatores que influenciaram nesse processo de mudança comportamental: a alta taxa de juros, dificuldade em contratar crédito e o “estouro da bolha” dos usados. No primeiro trimestre de 2022, por exemplo, um Corolla XEi 2.0, ano 2015, tinha um valor médio na venda de R$ 84,1 mil, segundo a tabela Fipe. Hoje, esse valor já reduziu para R$ 83,4 mil.

“A gente estava vivendo uma bolha, não era a realidade. Em algum momento essa bolha estouraria e é o que está acontecendo”, afirma Paulo Boscolo.

A normalização das linhas de produção das montadoras permitiu que os carros novos voltassem ao mercado e, diante dos preços caros dos usados, os consumidores estão preferindo os novos ou optam por adiar suas compras.

“Como começou a aparecer carros a pronta entrega, o valor do carro usado começou a cair”, afirma Paulo Boscolo, dono da Tauro Motors, concessionária da Mitsubishi em Cuiabá.

Por outro lado, o consumidor que está indo nas concessionárias estão se assustando com a necessidade de uma entrada maior, já que os carros novos estão mais caros.

“Esses três fatores, basicamente, é o que a gente identifica muito claramente, que têm contribuído negativamente para a performance nos emplacamentos”, afirma o representante das concessionárias de Mato Grosso em entrevista.

Apesar de registrar uma desaceleração nas vendas, o setor ainda se mantém otimista. Isso porque, historicamente, os segundos semestres são positivos para o mercado automotivo.

Boscolo ainda pontua que os estoques das concessionárias tendem a aumentar nos próximos meses, revertendo a tendência dos últimos anos, quando os clientes só recebiam seus veículos após fazerem encomendas, com filas de espera que chegavam a seis meses.

“Isso aumenta o leque de opções do consumidor e a performance do concessionário, que precisa de equilíbrio entre oferta e procura. Passamos dois anos com essa relação invertida”, lembra.

fonte:estadãomt

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