DOR SEM TAMANHO|: ‘Menina cheia de sonhos’, diz mãe de grávida assassinada; Neta se chama Liara
DA REDAÇÃO:LEIAMT
“Uma menina maravilhosa, cheia de sonhos”, destacou Ana Paula Azevedo, mãe da jovem Emilly Azevedo Sena, 16, brutalmente assassinada em Cuiabá, na última quarta-feira (12). Ela estava grávida, teve o bebê retirado do ventre e morreu após perder muito sangue. O corpo dela foi enterrado no quintal da casa da assassina, que está presa. Já a pequena Liara está em observação em um hospital da cidade, passa bem e logo vai morar com a família.
A reportagem esteve no velório da menina e conversou com a mãe dela. “Não tenho palavras, não era isso que a gente imaginava para Emilly, é uma dor que não tem tamanho, que só Deus para tirar do meu coração”, disse ela, que conheceu a neta nesta quarta. A menina se chama Liara.
Ana contou ainda que não sabe como Emilly foi atraída pela assassina, Nataly Helen Martins Pereira, 25, uma vez que já estava com o enxoval completo e que a filha ‘tinha de tudo’. “Ela foi muito inocente em acreditar nessa mulher, o marido dela fazia suas vontades, eu também auxiliava. A criança tinha tudo, não falta nada para Liara”, comentou.
Agora, ficam as boas memórias e a saudade. “Minha filha era uma menina cheia de sonhos, muito jovem. Fizemos planos de como seria. Tudo que ela precisava, eu estava junto. Fizemos dois chás de bebê para a família do pai e para a nossa família também”, disse.
Ela também contou que a menina era sua melhor amiga, parceira e que quer justiça. “Quero pela minha filha, a dos homens e a de Deus. Minha filha sofreu muito, não pode cair no esquecimento. Eu gostaria que a justiça fosse feita”. A pequena Liara deve voltar para a casa com a avó materna e com o pai.
O rapaz já manifestou interesse em criar a criança ao lado da avó. “Ele vai morar comigo agora, vou auxiliar ele, que vai ficar perto da filha”, contou.
O caso
Conforme noticiado pela reportagem, Emilly saiu de casa no final da manhã de quarta-feira (12), no bairro Eldorado, em Várzea Grande e avisou a família que estava indo para Cuiabá buscar doações de roupa na residência de um casal.
Durante a noite, uma mulher apareceu no hospital com um bebê recém-nascido, alegando que era filho dela e que tinha dado à luz em casa. Mas, após exames, a médica do plantão confirmou que a mulher sequer esteve grávida.
A mulher relatou a equipe médica que deu à luz em casa. Os profissionais observaram que a criança estava limpa e sem sangramento. Além disso, exames ginecológicos e de sangue demonstraram que a mulher não tinha parido recentemente. Ela também não tinha leite para amamentar a bebê.
Polícia Militar foi acionada e descobriu que uma jovem de 16 anos estava desaparecida e o registro tinha sido feito no Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP. Diligências começaram e, na manhã de quinta-feira (13), os investigadores chegaram até uma casa no Jardim Florianópolis, onde o corpo de Emilly foi encontrado.
Ele estava em uma cova rasa, no quintal. Vítima tinha lesões no corpo, mãos e pés amarrados, sacolas na cabeça e uma lesão no pescoço. Além disso, havia um corte enorme na barriga, em formato de ‘T’. Perícia foi acionada e 4 pessoas foram detidas, entre elas, o casal que chegou no hospital.
No decorrer do dia, a DHPP prendeu em flagrante Nataly Helen Martins Pereira, 25, que atacou Emilly e retirou a filha dela da barriga, depois, enterrou a menina no quintal. Crime cruel, chegou até mesmo os policiais envolvidos na ocorrência. O marido dela, irmã e o cunhado, que estavam detidos, foram liberados.
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