Disparou contra o “Mito”: Senador de MT diz que Bolsonaro faz “políticagem” enquanto brasileiros morrem
DA REDAÇÃO:LEIAMT
O senador Jayme Campos (DEM) não poupou adjetivos para comentar sobre a atuação do Governo Federal diante da pandemia no Brasil e em Mato Grosso. Durante entrevista a rádio CBN (95.3 FM) nesta terça-feira (2), o democrata afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) atua de forma incoerente e faz politicagem enquanto milhares de brasileiros morrem vítima do novo coronavírus.
“Este é um momento trágico para o país e para o planeta. Nenhum país estava preparado, mas houve um descuido por parte das autoridades, inclusive do Governo Federal, que de forma irresponsável não se planejou. O ministro Mandetta lá atrás já havia falado que deveria respeitar a ciência, mas não deram muita atenção e desrespeitaram todas as regras possíveis”, disparou.
Jayme seguiu fazendo duras críticas às mudanças no Ministério da Saúde, que geraram uma grande instabilidade durante a pandemia. Isso porque, em um ano e oito meses, Bolsonaro trocou o comando da pasta três vezes por não concordar com alguns posicionamentos dos ex-gestores.
O primeiro deles foi Luiz Henrique Mandetta, que deixou a função em 16 de abril do ano passado. O sucessor, Nelson Teich, foi demitido em 15 de maio, com menos de um mês no cargo. O principal motivo para a queda deles foi não aceitar em recomendar a cloroquina como tratamento precoce da Covid-19.
Atualmente, o Ministério da Saúde é comandando pelo ex-coordenador logístico das tropas do Exército Eduardo Pazuello que, segundo Jayme, não possui capacidade técnica para a função. “Por se tratar de vidas, o Governo Federal deveria se preocupar um pouco mais. Em plena pandemia houve a mudança de três ministros de Estado. Qual planejamento poderia ser formatado nessa mudança, nessa insegurança? Eu acho que o Pazuello pode ser muito competente lá no exército, mas não para ser ministro da Saúde. Ele tem recebido duras críticas e com razão. Ele não tem conhecimento da área médica para ser o responsável do enfrentamento da pandemia. Sem desmerecer sua capacidade, mas para tocar uma área tão importante precisa ter capacidade técnica”, complementou.
O parlamentar também acompanhou as insatisfações do governador Mauro Mendes (DEM) em relação ao lento processo de vacinação, que colocam o Brasil em 6º no ranking de imunização do mundo. Até o momento, Mato Grosso só recebeu 224.560 mil doses.
Por conta da lentidão, o Estado tenta adquirir vacinas de forma independente, mas enfrenta resistências burocráticas por parte da União. “Hoje temos vários países produzindo vacina enquanto aqui no Brasil está tudo atrasado. Vários grupos empresariais, prefeituras e governos tem capital para comprar a vacina. No entanto, ao mesmo tempo tem os entraves burocráticos do Governo Federal que lamentavelmente não permite essa aquisição”, disse.
VETO A MP
Jayme também criticou o veto do presidente em relação ao trecho da medida provisória introduzido pelo Congresso que dava prazo de cinco dias para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19.
Em 10 de fevereiro, o diretor da agência, Antônio Barra Torres, chegou a pedir pessoalmente a Bolsonaro o veto desse trecho da MP, aprovada em fevereiro no Senado. “O presidente da Anvisa mandou vetar esse ente da pauta que está lá. Você quer quantos dias, 40, 60 para o cidadão morrer? É uma incoerência que é muito relevante. Se quisesse mais prazo nós poderíamos conversar para entrar num consenso. Precisa despolitizar a questão da pandemia e ter o mínimo de responsabilidade. Virou um palanque eleitoral, cada um querendo puxar para o seu lado”, opinou.
No fim, o senador ainda disse que a falta planejamento por parte do Governo Bolsonaro tem sido o motivo pelos recordes de mortes motivadas pela doença. “O planejamento está totalmente errado. Esses dias estavam levando vacina do Acre para o Amazonas eai viram que estava sobrando e devolveram. O Governo não se preparou e não está se preparando. A cada dia que passa está piorando. Lamentavelmente quem está pagando a conta é o brasileiro que está vindo a óbito”, finalizou.
fonte;folhamax