|Chacina|: Estudante de MT e colegas foram mortas por engano, diz MP do Paraguai

DA REDAÇÃO:LEIAMT

Sem conclusão: três meses após o crime, este é o status das investigações da chacina que matou quatro pessoas, incluindo Haylee Carolina Acevedo Yunis, filha de Ronald Acevedo, governador do estado de Amambay, no Paraguai. A apuração do crime, que aconteceu, no dia 9 de outubro de 2021, em Pedro Juan Caballero (PY), cidade vizinha à Ponta Porã (MS), foi repassada à capital do Paraguai, Assunção.

Três meses após o crime que chocou a população paraguaia e brasileira, o g1 conversou com o Ministério Público do Paraguai, mas por questão de segurança o nome do representante do órgão será mantido em sigilo.

Para esta pessoa ligado ao MP paraguaio, Haylee – filha de um governador paraguaio – que foi morta com seis tiros, era a “pessoa errada”, estava “no local e horas erradas”. “A jovem não tinha na a ver com crime, foi uma morte trágica. O alvo da chacina era outra pessoa”.

A investigação da chacina é apontada como “complexa”, além de envolver a filha de um governador de um estado paraguaio, as apurações prévias, a qual o g1 teve acesso, apontam que as execuções são relacionada a uma grande facção criminosa que atua de forma ostensiva no Paraguai.

Como explica a fonte acessada, a investigação não apresenta uma conclusão especificamente por sua meticulosidade. “Esta investigação, pela complexidade, é um tanto meticulosa, até mesmo por envolver pessoas ligadas à autoridades, mandamos este caso a Assunção. A execução tem a ver com crime organizado. Então, segue em investigação em Assunção”, detalha.

Além da complexidade do caso, outro fator ponderado ao g1, que impede o desenrolar das investigações, é a falta de acesso à testemunhas. “As pessoas estão acostumadas a escutar sobre execuções, nós nos preocupamos. As pessoas não ajudam com informação, têm medo. É muito difícil fazer o trabalho aqui”, desabafa a fonte do MP do Paraguaio.

Até então, seis brasileiros suspeitos de envolvimento no atentado foram presos. Entre estes, a pessoa escutada pelo g1 afirmou que estão o “autor intelectual” do crime e a “pessoa que fazia a vigia para avisar os pistoleiros da hora do crime”.

No dia 9 de outubro de 2021, quatro pessoas foram mortas saindo de uma festa, em Pedro Juan Caballero (PY). Atiradores deixaram o carro em que as vítimas estava cravejado de munições. 

Conforme a polícia, as quatro vítimas foram identificadas como: Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambay, no Paraguai; Osmar Vicente Álvarez Grance, de 29 anos, conhecido como “Bebeto”; e as brasileiras Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos, natural de Dourados, e Rhannye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos, natural de Cáceres (MT).

As vítimas estavam em um veículo com placas do Brasil. Osmar e Haylee seriam namorados, e Kaline e Rhannye colegas da filha do governador paraguaio, todas estudantes de medicina na região de fronteira.

Os suspeitos desceram da caminhonete, se aproximaram do veículo da vítima, atiraram e fugiram. Todos os baleados morreram no local.

Outros crimes na fronteira

Rody Ariel Giménez Alvarenga, de 30 anos, foi executado com, ao menos, 26 tiros, em frente a um bar, em Pedro Juan Caballero (PY), cidade vizinha à Ponta Porã (MS). O atentado ocorreu, nesse sábado (8), enquanto a vítima estava dentro de um carro de passeio, que foi completamente alvejado por tiros de metralhadora.

Conforme as informações do boletim de ocorrência confeccionado pela polícia do Paraguai, Rody foi alvejado enquanto saía do bar. Testemunhas disseram que a vítima estava acompanhada da namorada, que fugiu do local.

Na véspera do Natal de 2021, Ana Carolina Alhende Aquino, que estava grávida de nove meses de gêmeas, foi executada enquanto estava dentro do carro, em Ponta Porã (MS), cidade que fica na fronteira do Brasil com o Paraguai. Conforme as informações da Polícia Civil, a vítima estava no carro, junto do marido que seria o principal alvo do atentado.

O Boletim de Ocorrência detalhou que a grávida foi atingida com um tiro na cabeça. Após o crime, Ana Carolina teria sido levada com vida para o Hospital Regional de Ponta Porã. No hospital, os médicos realizaram uma cirurgia de urgência para a retirada das gêmeas, duas meninas, que nasceram de 36 semanas, saudáveis e estão fora de perigo, segundo informações da unidade de saúde.

No dia 29 de dezembro do ano passado, o vereador Hugo Leonardo da Silva Gonçalves, de 38 anos, foi executado em Sete Quedas, a 467 quilômetros de Campo Grande, na região de fronteira entre Brasil e Paraguai.

O corpo do parlamentar foi encontrado em uma estrada, a 10 quilômetros da área urbana, e tinha marcas de tiros de pistola. Testemunhas disseram à polícia que o vereador seguia de carro e foi perseguido. Ao perceber a situação, tentou entrar no Paraguai, mas perdeu o controle da direção do veículo, capotou e ainda foi atingido por tiros.

Antes de ser morto, Pablo Portillo, de 31 anos, foi torturado por pistoleiros, em Cerro Corá (PY), cidade na fronteira do Brasil com o Paraguai, vizinha à Ponta Porã (MS). Conforme as informações de legistas, a vítima teve os braços e uma das orelhas completamente decepadas. O corpo do rapaz foi encontrado em um terreno baldio no dia 6 de janeiro de 2022.

Pablo era foragido da polícia paraguaia, na ficha criminal dele existia um mandado de prisão, em aberto, por homicídio ocorrido em Filadélfia (PY), a mais de 500 km de onde foi encontrado morto.

fonte;estadãomt

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