Área queimada em MT em 2021 equivale a quase cinco vezes o município de São Paulo

DA REDAÇÃO:LEIAMT

Mato Grosso teve mais de 740 mil hectares de áreas atingidas por incêndios florestais entre janeiro e 13 de julho deste ano, conforme análise feita pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com base em dados do sistema da NASA. A área equivale a quase cinco vezes o município de São Paulo, que tem cerca de 150 mil hectares.

De acordo com o levantamento, do total da área atingida, 76 mil hectares foram atingidos no período proibitivo do uso de fogo, iniciado no dia 1º de julho, e somam o equivalente a 10% de toda a área queimada.

A Amazônia lidera entre os biomas atingidos pelos incêndios, com 479,9 mil hectares queimados, o equivalente a 65% do total. Em seguida está o Cerrado, com 243,9 mil (33%) e o Pantanal, com 16,7 mil hectares (2%).

Segundo o ICV, São Félix do Araguaia, a 1.159 km de Cuiabá, lidera a lista dos municípios, com 40 mil hectares atingidos pelo fogo. A segunda cidade mais devastada pelo fogo é Tangará da Serra, com 34 mil, Paranatinga, com 32 mil, Gaúcha do Norte e União do Sul, com 25 e 21 mil, respectivamente.

O fogo em imóveis rurais e parques

O levantamento mostra que a maior incidência do fogo foi em áreas com imóveis rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), responsável por 66% de toda a área afetada no estado. Em seguida, estão as terras indígenas (TI), com 14%, e os assentamentos rurais, com 10%.

A terra indígena com a maior área afetada foi a Paresi, localizada em Tangará da Serra, região de Cerrado. A área contabilizou 30 mil hectares queimados, o correspondente a 29% do total impactado pelo fogo em terras indígenas no estado.

De acordo com o Instituto, apesar das unidades de conservação (UCs) abrigarem 1% do total atingido pelo fogo em Mato Grosso neste ano, apenas uma área protegida foi responsável por 36% da área atingida em UCs.

O Parque Estadual Cristalino II, também localizado na região amazônica, teve mais de 2 mil hectares de seus mais de 180 mil hectares afetados.

No entanto, o fogo que incidiu em imóveis rurais inscritos no CAR se sobrepõem a esse parque. O uso do fogo, conforme análise de especialistas do ICV, é associado ao manejo de pastagens e para limpeza de áreas recentemente desmatadas para uso agropecuário.

Incêndio no Pantanal de MT — Foto: Sesc Pantanal

Incêndio no Pantanal de MT — Foto: Sesc Pantanal

Incêndios no período proibitivo

O cenário crítico de incêndios em Mato Grosso para o período da seca em 2021 foi alertado pelos especialistas antes da época de seca. Os anos de 2019 e 2020 já foram de chuvas abaixo da média histórica e 2021 tende a ser também bastante crítico.

As chuvas reduzidas, em associação aos fortes ventos, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar “são características que configuram um cenário de alto risco para este ano”.

O Instituto explicou que do dia 1º ao dia 13 de julho, a plataforma da NASA mostra que foram 76 mil hectares incendiados no estado, o equivalente a mais de 100 mil campos de futebol.

A análise faz a espacialização da área atingida pelos incêndios, o que torna possível uma estimativa da área além do número de focos de calor. Diante dos dados de focos de calor alarmantes, o governo estadual adiantou e estendeu o período proibitivo de uso de fogo na área rural para o dia 30 de outubro.

Do fogo que atingiu o estado nos 13 primeiros dias de período proibitivo, quase metade (45%) ocorreu em imóveis rurais inscritos no CAR.

A maior área atingida nesse período foi em um imóvel rural cadastrado, com 1,1 mil hectares consumidos em apenas dois dias. A Amazônia responde por metade da área atingida pelo fogo no período de proibição e é seguida do Cerrado com 49% e do Pantanal, com 1%

Gaúcha do Norte, Tangará e Campinápolis lideram os municípios com áreas incendiadas desde o dia 1°. Juntos, somam 21% do total atingida pelo fogo no período.

A maior parte do incendiado são áreas de savana ou pastagem e 10% são de áreas recentemente desmatadas ou de cobertura florestal.

Para analisar o cenário e planejar ações efetivas contra o fogo, o ICV realiza o mapeamento das brigadas contra incêndios florestais que atuam ou atuarão no estado durante o período proibitivo.

Até o momento, foram identificadas 110 brigadas. O levantamento segue aberto para cadastramento de novas brigadas.

fonte;g1mt

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