Rondonópolis: Prefeito diz esperar que investigações da Operação transcorram de forma transparente
DA REDAÇÃO:LEIAMT
Em um comunicado feito após a deflagração da Operação Stop Loss, que investiga supostas irregularidades na aquisição de materiais de consumo durante o enfrentamento à pandemia da Covid-19, por meio de compras feitas com dispensa de licitação, o prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (SD), classificou a operação, ocorrida na manhã de ontem, como “truculenta e desnecessária”.
Acompanhado do procurador geral do Município, Anderson Fávio de Godoi, secretários e alguns vereadores de sua base, o prefeito disse que foi surpreendido com a operação, visto que havia encaminhado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e à Delegacia Especializada de Combate à Corrupção uma petição na qual se colocava inteiramente à disposição das autoridades para prestar todas as informações necessárias em relação ao inquérito que apura possíveis irregularidades, inclusive fornecendo qualquer documento solicitado.
O prefeito disse ainda que é do seu interesse que “as investigações transcorram de modo adequado, legal e transparente e que sejam concluídas o mais rapidamente possível.”
Mais uma vez, a administração ressaltou que tomou todas as providências, antes mesmo da investigação, com a anulação dos procedimentos de licitação e não aquisição dos materiais referentes a três processos de compras (037, 038 e 039/2010).
“A administração em nenhum momento criou qualquer embaraço para prestar informações e sempre tivemos à disposição da Justiça e do Ministério Público”, disse o procurador geral do Município, Anderson de Godoi. A gestão reforça que não houve dano ao erário, pois as compras não foram realizadas.
STOP LOSS
A operação Stop Loss foi desencadeada na manhã de ontem (25), cumprindo mandados de buscas e apreensões na Prefeitura de Rondonópolis, na casa do prefeito José Carlos do Pátio e na casa do secretário Municipal de Administração, Leandro Junqueira Arduini, que foi afastado do cargo por determinação do desembargador Juvenal Pereira da Silva, do TJMT.
A operação, em sua segunda fase, foi realizada pela Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e pelo Ministério Público Estadual, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco – Criminal), com auxílio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Policiais, vindos de Cuiabá, vistoriaram inicialmente as residências e depois os gabinetes do prefeito e do secretário, recolhendo documentos, celulares e notebooks. Segundo informado, todo material colhido foi levado para Cuiabá, onde estão concentradas as investigações.
Conforme o Ministério Público de Mato Grosso, a operação de ontem foi um desdobramento da primeira fase, ocorrida em 16 de junho, após análise de materiais apreendidos na Secretaria Municipal de Saúde, na casa da servidora Vanessa Barbosa Machado, responsável pelo Departamento de Administração e Finanças da Pasta e da ex-secretária Municipal de Saúde, Izalba de Albuquerque, bem como na própria prefeitura.
Segundo o MP, a segunda fase “demonstra o acerto na execução da primeira etapa da operação, pois com os novos elementos coletados surgiu o provável envolvimento de mais um secretário, havendo maiores indicativos da formação de uma estrutura criminosa instalada no Executivo municipal”.
PRIMEIRA FASE
Na primeira fase da operação, foram cumpridos ainda mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas R. Merlim Rocha da Silva – ME e Mosaico Distribuidora Atacado e Eletrônicos Eireli.
Autorizada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a operação se deu após órgãos de controle, como o Ministério Público de Contas, identificarem supostas irregularidades em procedimentos de compra com dispensa de licitação.
Naquela ocasião, documentos e equipamentos foram apreendidos para serem analisados e, segundo o MP e como já citado, essa análise resultou nesta segunda fase da operação.
fonte;Patricia Cacheffo (atribuna)