|EM RONDONÓPOLIS|: Profissionais da Semed participam de curso de primeiros socorros para garantir a segurança das crianças
DA REDAÇÃO:LEIAMT
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) se aliou ao Corpo de Bombeiros Militar (CBM) para ofertar a seus servidores o projeto Capacitar para Salvar, por meio do qual empregados da Rede Pública de Ensino vão aprender os procedimentos adequados para dar o suporte temporário a crianças que estejam apresentando dores ou reações decorrentes de acidentes ou, ainda, passando por algum mal súbito ou perigo de vida.
Com conteúdo teórico e prático, a Semed dividiu a Rede Educacional em vários polos e a programação será ministrada para cada um deles, quinzenalmente, no Centro Poliesportivo Padre Lothar, na Vila Operária, de acordo com o cronograma elaborado pela Pasta a fim de abarcar todos os funcionários do quadro de pessoal.
“Vão participar do curso tanto docentes quanto diretores, coordenadores e profissionais do apoio instrumental, como merendeiras, por exemplo”, conta a superintendente de Ensino da Rede Pública de Educação de Rondonópolis, Marli Sales da Silva. As primeiras turmas são as do Polo do Parque Universitário e da Região do Monte Líbano. Os servidores foram divididos em dois grupos e, assim, 45 colaboradores tiveram as lições de primeiros socorros na terça-feira (21) no período vespertino e outros 45 vão aprender o conteúdo nesta quinta-feira (23), no matutino.
A capacitação atende às leis federal 13.722/18, também denominada Lei Lucas, e municipal 6.054/2009 – que preconizam a qualificação de trabalhadores de escolas e creches em cursos de primeiros socorros, visando garantir a proteção de seus alunos contra qualquer contingência que possa desencadear algum dano físico aos estudantes.
Para a superintendente, esse conhecimento é uma ferramenta que pode evitar ou, pelo menos, minimizar as consequências de algum incidente que, porventura, venha a acontecer no ambiente escolar. “A intenção é preparar aqueles que trabalham na escola para qualquer eventualidade que possa ocorrer com as crianças”, explica ela.
Realizado por uma equipe do CBM, o workshop permite aos participantes aprenderem a fazer os primeiros socorros em situações de engasgo, paradas cardiorrespiratórias, ferimentos, crises convulsivas, desmaios, sangramento nasal e, ainda, realizar a imobilização provisória se houver fraturas envolvendo crianças de seis meses a cinco anos de idade. “Nós ensinamos as manobras iniciais que devem ser adotadas em caso de sinistro enquanto se aguarda a chegada do Corpo de Bombeiros ou do Samu para prestar o socorro especializado”, comenta o capitão Álvaro Guilherme Oliveira dos Santos, um dos bombeiros que ministra a formação.
Quando se está diante de um acidente com os pequenos é preciso agilidade e rapidez já que os segundos valem ouro, como frisa o capitão: “Após receber o chamado, a equipe de bombeiros tem um período de resposta e é necessário lembrar que a distância custa tempo. Então, enquanto se aguarda até que o Corpo de Bombeiros chegue ao ambiente escolar é importante que haja alguém atuando para assistir o aluno que está precisando de socorro”. Ele assinala que esse curso torna possível a união entre bombeiros e profissionais do colégio para salvar vidas infantis: “Cada minuto é de suma importância para manter a criança viva e evitar que a situação se agrave. Por isso, essa parceria entre escola e Corpo de Bombeiros é fundamental”.
Vale recordar que, em situações de acidentes, para chamar o Corpo de Bombeiros, o telefone é 193, e para o Samu, é 192.
LEI LUCAS
Faleceu o menino de 10 anos Lucas Begalli em Campinas (SP) ao participar de uma excursão da escola quando, durante o lanche, se engasgou com um pedaço de salsicha. Vítima de asfixia mecânica, o aluno precisava receber assistência médica imediata com ações de primeiros socorros. No entanto, à sua volta, não havia nenhuma pessoa capacitada para aplicar procedimentos de emergência a fim de retardar a evolução do quadro até que uma equipe do Samu ou do Corpo de Bombeiros pudesse chegar ao local para prestar atendimento especializado.
Ocorrida em 2017, a morte trágica do estudante de Campinas levou a uma mobilização que gerou a lei 13.722/2018, que ficou conhecida como Lei Lucas. A partir dessa legislação, passou a ser obrigatória a capacitação em primeiros socorros de funcionários, sejam professores ou colaboradores de outras áreas, de instituições de ensino da educação básica e de recreação infantil.