Imagens mostram luta de força-tarefa para resgatar animais feridos no Pantanal
DA REDAÇÃO:LEIAMT
A força-tarefa criada pelo Comitê Estadual de Gestão do Fogo, do Governo de Mato Grosso, continua o árduo trabalho de resgate dos animais atingidos pelo fogo no Pantanal.
A reportagem conseguiu flagrar o resgate de diversos animais, muitos deles com queimaduras provocadas pelo fogo, principalmente nas suas patas. Muitos outros, porém, não tiveram a mesma sorte. São vários os retratos dos bichos que perderam a vida no até então rico bioma mato-grossense.
O cemitério de cinzas ainda arde e, junto com o trabalho de resgate, também continua o combate às chamas em meio ao Pantanal. Os homens do Corpo de Bombeiros e voluntários tentam de forma incansável controlar da forma que é possível o avanço das queimadas. Até pontes precisam ser resfriadas para que não sejam atingidas.
Em meio à cortina de fumaça, ainda é possível enxergar a sombra de pássaros em cima das árvores, mas é fato que a grande maioria dos bichos que ainda sobreviveram procuram por um lugar seguro.
Entre as ações, há um Posto de Atendimento a Animais Silvestres localizado no quilômetro 17 da Transpantaneira, que liga o município de Poconé a Porto Jofre. Desde sua criação, em agosto de 2020, diversos animais de pequeno e grande porte foram salvos.
A estrutura para abrigar os animais conta com ambulatório, almoxarifado, armário com medicamentos, alojamentos, cozinha, banheiro e recintos específicos para os bichos. Os recintos para transporte animal e tratamento foram feitos com a mão de obra de reeducandos e uso de madeira apreendida.
Entre os animais resgatados pelo comitê, há onças, lobetes, iguana, anta, jabuti, garça, jaguatirica; entre outros. Em casos de cirurgia ou atendimentos mais graves, os animais são encaminhados para clínicas parceiras ou instituições ecológicas de outros Estados do Brasil.
“Eu não imaginava a gravidade do que está acontecendo aqui e o tamanho da área afetada por esses incêndios. Aparentava ser um controle simples de só apagar as chamas, mas quando o fogo termina em uma parte, já percebemos ele começando em outra”, relatou o médico veterinário e voluntário, Fernando Rogério, que está há quase uma semana no Pantanal para auxiliar nos resgates.
A equipe de resgate é formada por veterinários, biólogos, e estagiários que se revezam na operação realizada em períodos alternados em áreas queimadas ou que o fogo pode chegar, seja durante o dia ou noite. O grupo conta com o suporte do Corpo de Bombeiros em todas as ações, devido ao perigo dos incêndios ou animais maiores que apresentam riscos.
Os membro da equipe são responsáveis por resgatar e também distribuir alimentos em pontos estratégicos para que os bichos consigam localizar e se alimentar. A identificação dos pontos para distribuição de frutas e legumes é feita com base em localização de corixos (ambientes com poças de água). Estes são localizados com uso de aplicativo e monitoramento das equipes que avaliam também a questão do consumo dos alimentos, conforme explicou a médica veterinária Karen Ramos. Ela é responsável por liderar as equipes de trabalho em campo do PAEAS.
As equipes do Corpo de Bombeiros com o apoio de tratores estão fazendo demarcações em uma área de 50 quilômetros para criar uma espécie de aceiro (faixas ao longo das cercas onde a vegetação foi completamente eliminada da superfície do solo). A finalidade é prevenir a passagem do fogo para área de vegetação, evitando-se assim queimadas e criando também espaços para que os animais como onças e outras espécies menores possam escapar do fogo.
O trabalho segue sem previsão para terminar e a expectativa é de que as chuvas previstas para o mês de outubro possam contribuir para amenizar os impactos no meio ambiente e na vida animal. Ainda não há um levantamento sobre a porcentagem de animais encontrados mortos ou quantos estariam ameaçados pelos incêndios.
Um milhão de hectares queimados. Este foi, até agora, o estrago causado pelo fogo no Pantanal, segundo o secretário executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo (CGF), Paulo André da Silva Barroso. Devido a tamanha extensão da tragédia, não há nem como estimar o número animais mortos no bioma mato-grossense.
Para tentar frear ainda mais o avanço das chamas, o governo passa a testar o uso de retardantes para controlar os incêndios florestais.
fonte;olhardireto